quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Celulares e tablets serão usados para fazer diagnóstico de câncer




Pessoas cansadas de esperar por exames médicos talvez não tenham que perder mais tempo com isso. No futuro, elas terão apenas que ligar o celular. Cientistas do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul afirmam que a tecnologia touch screen de aparelhos inteligentes será aplicada no diagnóstico de várias doenças; inclusive câncer.

Em artigo na revista científica alemã “Angewandte Chemie”, os autores dizem que as telas de celulares, tablets e outros dispositivos podem ser usadas para detectar material biomolecular, assim como acontece com muitos exames médicos atuais. As telas por toque funcionam pelo reconhecimento dos sinais elétricos do contato com os dedos. Então cientistas acreditam que a presença de DNA e proteínas específicas também podem ser analisadas desta forma, segundo Hyun-gyu Park, um dos líderes do estudo.
Químicos biológicos como proteínas e moléculas de DNA também carregam cargas elétricas específicas. E experimentos coreanos mostraram que as telas táteis detectam a presença e a concentração de moléculas de DNA em contato com elas. Este, dizem cientistas, pode ser um primeiro passo para usar o celular em exames de diagnóstico.

— Confirmamos que as telas de toque são capazes de reconhecer as moléculas de DNA com cerca de 100% de precisão, como os exames convencionais. E acreditamos que o mesmo acontecerá com as proteínas; algumas delas são usadas habitualmente para diagnóstico de câncer, como, por exemplo, tumor de fígado.

A equipe coreana está desenvolvendo atualmente uma lâmina com materiais reativos capaz de identificar químicos biológicos específicos. Assim os cientistas esperam que as telas táteis reconheçam diferentes substâncias biomoleculares. Como não é possível urinar ou colocar sangue na tela, a amostra seria aplicada numa banda, que será inserida no telefone ou num módulo adicional do aparelho.

Da Agência O Globo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

INFORMAÇÕES SOBRE O TABLET

o que é tablet para que serve O Que é Tablet, Para Que Serve
tablet é um produto inovador que chegou ao mercado recentemente para inovar o perfil dainformática. O aparelho possui uma estrutura fina, compacta e pode ser levado para qualquer lugar de forma cômoda e viável, um exemplo de sua portabilidade. Pelo fato do tablet ser uma novidade no mercado tecnológico, há ainda muitas pessoas que desconhecem as funções desse equipamento.
A valorização do tablet como um produto de alta tecnologia começou mesmo após o lançamento do iPad da Apple. Sem dúvidas o produto surpreendeu com suas funções e design triunfante. Para muitos entendedores da área, o iPad não pareceu um grande avanço, principalmente porque ele aboliu da estrutura recursos fundamentais como a câmera integrada.
O tablet da Apple é uma mistura do notebook com o iPhone que resultou num equipamento original e compacto. Os usuários podem ativar uma série de aplicativos, armazenar arquivos, navegar pela internet com maior comodidade e assistir vídeos com qualidade gráfica impressionante.
O iPad também apresenta alta performance na reprodução de músicas e funciona como uma agenda para registrar compromissos. A capacidade de memória varia de 16 GB a 64GB para armazenar arquivos e oferecer portabilidade ao seu conteúdo virtual. É importante lembrar que o iPad é um dos principais modelos de tablets e serviu de exemplo para muitos outros produtos que chegaram ao mercado posteriormente.
Algumas pessoas ainda se mostram em dúvidas sobre para que serve o tablet, mas depois que são apresentadas aos recursos do equipamento, descobrem uma nova forma de interagir com o mundo virtual. O tablet, tanto da Apple como de outra marca, tem uma tela sensível ao toque (touch screen) que facilita o acesso aos comandos. O design permite uma perfeita visualização do conteúdo e garante praticidade no transporte.
O tablet reforça a proposta de computador pessoal e inova o catálogo de produtos das principais fabricantes de tecnológicos. A Samsung, Motorola e Dell já lançaram modelos de tablets sofisticados e recheados de funções que estão fazendo sucesso no mercado.
Agora que você já sabe o que é um tablet, pesquise os preços dos produtos e aproveite as ofertas das lojas.

sábado, 14 de janeiro de 2012


Uso de e-mail e celular será horas extra
Makcion Muller
Especial para o Jornal de Fato

A tecnologia está incorporada no dia a dia de qualquer profissional. A combinação dessas novas ferramentas com o crescimento e desenvolvimento da economia, pode acrescentar trabalho ao empregado fora do seu local habitual. No final de 2011, a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que acaba com a barreira de trabalho realizado dentro da empresa, e à distância. As ferramentas que entram em discussão é o e-mail e o celular.
A legislação, que modificou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), diz que o uso do celular e e-mail para contato entre empresas e funcionários, fora do local e do horário de trabalho, é contado como carga horária ou hora extra. O Consultor de empresa de Mossoró, Rafael Demetrius, acha a lei pertinente, mas acredita que cabe ainda a necessidade da regulamentação e da fiscalização, para ter um controle dessas horas adicionais, ou a criação de um valor adicional, como a periculosidade, a ser pago pelo uso dessas ferramentas.
Demetrius também explicou que os profissionais estão habituados a deixar o telefone e a caixa de e-mails sempre abertas, para resolver problemas após o horário de trabalho, o que acarreta o recebimento de horas extras no fim do mês. "Um médico, por exemplo, pode atender alguma solicitação, retirar dúvidas e fazer exames clínicos por telefone", diz.
O empregado deve ter cuidado como irá utilizar essas duas ferramentas. Demetrius orientou que o profissional deve utilizar com sabedoria. Durante o horário normal de trabalho é recomendável sempre manter o celular em área e carregando, além do constante acompanhamento da caixa de entrada, e sempre responder com rapidez e excluindo e-mails desnecessários, para não sobrecarregar a caixa de entrada.
O advogado especializado na área trabalhista, Josimar Nogueira, também orientou ao empregado a saber utilizar esses meios, para fazer horas extras. "Na maioria dos casos, o empregador terá um controle total das atividades que o empregado irá realizar fora da área de trabalho. Dessa forma, o mau uso do e-mail e do celular pode se configurar um grave problema para o empregado. Algumas empresas oferecem celular para os funcionários e, em hipótese alguma, esse último poderá utilizar este equipamento para outro fim. Já o e-mail quando é profissional, ele tem um acompanhamento por programas que verificam sua utilização. Em caso de deslize do empregado, pode acarretar sua demissão da empresa", disse.
O empregado pode comprovar essas horas extras através dos registros. Demetrius explicou que essa comprovação pode ser feita através dos minutos e horários das ligações das chamadas telefônicas fora do horário normal e do horário de envio de e-mails.
Josimar orientou que o empregado deve fazer em situações que tenha comprovado essas horas extras de trabalho e, mesmo assim, o empregador não queira efetuar o pagamento. "Nesses casos, o funcionário não deve discutir. Ele deve recorrer primeiramente ao Ministério Público e efetuar uma reclamação trabalhista. Argumentando que realizou trabalhos em casa da empresa através do telefone e do e-mail e portando as provas que comprovem essas horas extras", concluiu.

Trabalhadores apóiam a novidade aprovada em lei
A aprovação dessa lei tem gerando opiniões diversas entre os funcionários e patrões. Rondinele Freitas trabalha em uma imobiliária e o uso do celular e do e-mail no seu trabalho é indispensável, por que os clientes buscam atendimento em qualquer dia e qualquer horário. "Eu utilizo bastante o celular para realizar trabalho fora da empresa. Onde eu trabalho cada funcionário tem um celular empresarial, o qual utilizamos tanto no horário normal e em horas extras. Já o e-mail eu também utilizo bastante, principalmente no fim da noite quando chego a casa e abro minha caixa de entrada, e vejo inúmeros e-mails de clientes", diz.
Freitas confessou que não tem horário para atender os clientes e o trabalho dele se estende até mesmo nos feriados. "Todos os dias quando eu estou fora do meu horário as pessoas me ligam, atrás de informações e até mesmo de visitas. Acontece muito dos clientes me ligarem no horário de almoço, nos fins de semana e até mesmo nos feriados. Um dia eu estava na aula na universidade e um cliente me ligou em busca de esclarecimentos em relação a uma compra. Eu saí da sala e fique atendendo a pessoa e o atendimento durou muito tempo, acabei perdendo minha aula", relatou.
A lei sancionada pela presidente Dilma vem garantir o pagamento desse trabalho que é feito fora do local de trabalho. Freitas concorda plenamente com a lei. "É justo que sejam pagas essas horas extras. Quando atendo a um cliente pelo celular ou pelo e-mail, eu estou trabalhando, não na empresa, mas estou tentando vender o produto da mesma forma", concluiu.


PARA OS INTERNAUTAS


-Taís Luso de Carvalho
Pouca gente sabe que 78% das empresas usam um software para filtragem de conteúdos dos micros de seus empregados. É um tipo de Raios X da Web no dia-a-dia do trabalhador.
Um em cada cinco funcionários passa mais de 10 horas por semana usando a Internet para fins pessoais. E estão sendo vigiados!

É prática de quem usa a Internet ficar com sua caixa de correspondência transbordando de mensagens (pps), piadas, correntes, pedidos de ajuda financeira, desaparecidos etc e tal. E isso no computador do trabalho.

Imaginem esse arsenal enviado aos milhões! Tenho uma amiga que sua caixa do yahoo (cujo espaço é ilimitado) está com mais de duas mil correspondências, entre mensagens e e-mails. Se fosse meu - o computador - acredito que eu estaria em estado de coma. O Internauta novo - eu já fui uma - adora mandar e receber correspondência, mas com o tempo isso vai diminuindo. Passamos a selecionar o que pretendemos abrir. Sei que o entusiasmo inicial é grande; é a facilidade de dizer ‘oi, como vai você?’ e de querer dividir coisas interessantes ou engraçadas com os amigos.

Mas, a Internet é faca de dois gumes: por um lado é magnífica: achamos de tudo, e até textos de uns atribuídos a outros... Os escritores novos têm oportunidade de ouro, podendo participar de sites ou tendo seu próprio blog. Por outro lado, a exposição é grande, principalmente no Orkut onde se sabe quem está com quem, de onde somos e para onde vamos. É algo altamente ‘filosofal’: papo cabeça.

O computador não é um meio seguro como muitos pensam: há um software no mercado, como falei acima, cuja função é delatar e mostrar o que sai e o que entra no seu computador. Somando isso aos hackers, que entram muitas vezes através de sites, de e-mails ou de serviços que vendem nosso endereço, nossa vida pode virar um livro aberto. E dizer que com toda essa insegurança tem gente que paga suas contas através da Internet, teclando a senha de sua conta bancária, heim?

Senha não quer dizer sigilo absoluto, portanto, tomem cuidado no trabalho ou nas Lan houseCyber café ou onde um PC é usado por centenas de pessoas e que, muitas vezes esquecem de clicar no sair do seu provedor.

Sabemos que o e-mail é o principal meio de comunicação do século, porém, é como telefone público ou como celular, muitas vezes causa irritação nos outros. E entram na nossa vida sem pedir permissão, como por exemplo, no caso dos spams. Cada vez estou mais atenta e policiando meus dedinhos... Aliás, estou mantendo, a ferro e fogo, a promessa de que às 18hs fecho meu computador.

Há vida fora de um micro!

O VÍCIO DA INTERNET

- por Tais Luso de Carvalho


Acho a Internet sensacional: permite a comunicação com pessoas, mandamos e-mails para simplificar as coisas, ampliamos o circulo de amizades, entramos em quase todos os países, somos lidos, tudo é democrático. Quantos nunca tiveram a oportunidade de ver seus textos publicados por serem autores novos e desconhecidos? As editoras só querem publicar autores que dão retorno, sabemos disso. Hoje, quem gosta de escrever tem oportunidade na web, assim como os artistas têm oportunidade de divulgarem seus trabalhos. Isto é ótimo.

Porém quero falar do vício, e que está sendo um desastre para muitos. Numa pesquisa na Inglaterra, um grande número dos entrevistados mostrou sinais de vício em telefones celulares, Blackberries e outros aparelhos em que podiam checar as mensagens de e-mails com frequência. Somos pessoas de hábitos e podemos nos viciar em muitas coisas. Assim como algumas pessoas são viciadas em drogas, em jogos e no tabaco, outras são viciadas em passar horas na internet.


Segundo os pesquisadores, as pessoas usam qualquer coisa, em demasia, para suprirem uma carência que têm na vida real. Assim nasce o vício, qualquer vício. E a internet não ficaria fora. Um levantamento realizado pela Universidade La Salle, nos Estados Unidos, estimou em 50 milhões o número de viciados em Internet naquele país; no Brasil não temos, ainda, uma pesquisa deste nível. De acordo com o Internet World Stats, 1,3 bilhão de pessoas usam Internet no mundo todo.


Os pesquisadores observaram que pessoas viciadas se levantavam várias vezes, à noite, para checarem seus emails e mensagens de texto. O vício em tecnologia pode levar a problemas de relacionamento, principalmente quando o viciado se afasta da família. As pessoas ficam muito ansiosas longe de seu celular e de outros aparelhos e, quando se dão conta, já é tarde.


O mais assustador neste vício, são pessoas que morrem por permanecerem por longo tempo na frente do computador. Isso se deve ao fato de haver certas doenças que se desenvolvem pela permanência em uma determinada posição; uma dessas doenças é a Trombose Venal Profunda, que pode evoluir para uma Embolia Pulmonar, e por fim levando o individuo à morte. Estudos realizados nos Estados Unidos revelam que de 6% a 10% dos aproximadamente 189 milhões de internautas americanos sofrem deste mal.


Exemplos surgem a todo momento: um advogado - bem sucedido - acabou com sua carreira e sua família devido ao mau uso da Internet; uma dona de casa acumulava montanhas de lixo dentro de casa, comia defronte do computador e adormecia nas salas de chats, enquanto outra nem banho tomava mais... E existem milhares de casos espalhados pelo mundo inteiro de casais se separando por usarem, sem cautela, os sites do Orkut, msn, salas de chats, intimidades na rede, etc. Não sabemos as intenções de quem está do outro lado; até podem ser boas, inocentes. Como também o contrário.


No Brasil a Internet é usada por 59 milhões de internautas. Nós, brasileiros, somos os que ficamos mais tempo online, segundo o Ibope/NetRatings, pesquisa incluindo 10 países, inclusive Japão e Estados Unidos. Passamos horas experimentando e adotando novas tecnologias. Adoramos nos socializar na web.


O difícil da coisa é ter o comando de nossa vontade. Somos por demais obstinados quando gostamos de algo. O que não é dosado, vira vício. E aí começa a luta: largar um pouco para não largar tudo; não podemos deixar de viver em função do virtual.


A máquina mais perfeita, a que tem características próprias, que é única, é a ‘máquina humana’. Somos o computador mais completo: além de inventarmos o outro, ainda somos ternos, amorosos, criativos, sensitivos e pensantes. E acho que nossa máquina merece mais cuidados. Nosso tempo é contado. E nossos erros não serão descontados.
Encontrar o equilíbrio é uma das coisas mais difíceis.

 (Importante: esta crônica foi escrita em 2008. Após esta data, os dados já serão outros!)

A INTERNET E SUAS MALUQUICES


- tais luso de carvalho

Confesso a vocês que, ao abrir minha caixa de e-mails, diariamente, muitas vezes tenho uns chiliques: não sei se desmaio ou se enlouqueço! Recebo mensagens muito bonitas, mostrando cidades, arte... Mas alguns e-mails quase me matam: vêm com aquele ‘URGEEEEEEEENTE’ que me leva a pensar que estourou uma guerra, um terremoto se aproximando, um ciclone que levará tudo pro brejo... Mas nada disso! Apenas um aviso de um possível vírus no meu computador, e que poderá vir num link de e-mail. Mas os novatos, aqueles que estão iniciando sua jornada de internautas, pensam que isso é coisa nova. Há muitos anos que recebemos estas mensagens que se repetem. E macaco velho sabe que não pode abrir o que não conhece.

Recebo muitos textos atribuídos a autores errados; também recebo alertas sobre roubos, estupros, contas bancárias a renovar - que nem são do meu Banco, avisos emitidos por um órgão público, assaltos no Caixa Eletrônico e doenças de todos os tipos: aliás, estou formada em doenças!

Sinto algo dramático, caótico; parece que alguma coisa está por explodir em meu corpo. Guardava tudo na pasta do provedor para possível consulta; estava ficando neurótica. E excluí todos. Centenas de avisos e alertas. Ligo a televisão: tragédias das mais variadas e seqüestros relâmpagos! Mas que mundo é este? Não existem umas coisinhas mais leves, de mais fácil digestão?

Entro num Banco, pareço mais com o guarda em alerta máximo, do que propriamente uma cliente; entro na porta giratória, a porta tranca e entro com a cabeça no vidro: era o meu celular. A fobia é algo que vai se alastrando e não nos damos conta. Está tão presente em nossas vidas que chega a ser cômico. Lembro do aviso - pela Internet - para não falar com ninguém, cuidar ao digitar a senha, cuidar ao sair do Banco, cuidar ao descer do carro, e andar com os vidros fechados. Tenho medo de estar delirando.



Recebi, há pouco tempo, uma matéria falando de nossas bolsas e de possíveis contaminações. (matéria assinada por uma conceituada doutora). Matéria forte, me lembrou terrorismo. E não sei mais o que fazer com minhas bolsas.

É lógico que levo minha bolsa para o banheiro do restaurante, sanitários dos shoppings, nos bancos dos táxis, repartições públicas, nos laboratórios, hospitais... Enfim, onde todos tossem, espirram e cospem.

Todos estes lugares estão infectados por milhões de bactérias que passam pra bolsa e podem transmitir infecções cutâneas, infecções oculares, infecções do aparelho digestivo, infecções respiratórias... Como carregar minha santa bolsa sem tocá-la, doutora?

Dizem que viver é uma arte, mas é muito filosófica esta definição; viver é um perigo, falando curto e grosso! Acho que vou cuidar mais das coisas da Internet, tá muito dramático o negócio: mandam a bomba e não enviam a solução!

A BULA, doutora! Mande a profilaxia, os efeitos colaterais ao usarmos a bolsa; as indicações e precauções; como agir, e se deve ser mantido fora do alcance das crianças; mande os sintomas e orientação médica.
Mande a solução, doutora!

ENTENDA A LINGUAGEM DA INTERNET

...tá difícil!!!

 
Há muito que eu queria retratar a tal linguagem da Internet. Não seria tão feliz como em transcrever - quase na íntegra - a crônica de um jornalista do Correio do Povo de Porto Alegre. Com muito esforço e boa vontade, até consegui pegar o sentido das coisas; o que amoça  queria realmente. Aos trancos, consegui entender esta fascinante linguagem.


Espero que vocês entendam, mas não me perguntem muito: pode ser uma coisa... E eu esteja entendendo outra! Só sei que a conversa é por e-mail. Como poderia ser pelo messenger!



UMA QUESTÃO DE LINGUAGEM- Juremir Machado da Silva
-C ñ podia me descolá um trampo no CP, Ju?
- Não apito nada – respondi, usando uma linguagem que me pareceu estranhamente anacrônica, embora dois minutos antes ainda estivesse fresquinha na minha cabeça e ultrapassado fosse apenas um colega meu que fala “que pequena” toda vez que vê uma gatinha maneira”.
- Sei, Ju, mas vc trampa no CP, ñ trampa?
- Bem, acho que sim. Quer dizer, trampo (fiquei imaginando o mais-que-perfeito do verbo trampar).
- Então pq ñ faz + fprça pra me aju. Qro saí de ksa.
- Não entendi bem. Não podes escrever em português?
- Pô, Ju, já te flei pra naum c tiozinho.
- Tenho as minhas limitações.
- :-)
-Hummm...
- Tô 100%
- Por que não arranja um emprego?
- :-(
-Qual é?
- É isso. Qro um trampo.
- Não é comigo.
- Pq vc naum xegou na hr q eu t flei?
- Pirou?
- C eh um kra irado, Ju, naum vacila.
- Não, não estou irritado nem irado, moça. Só não sei do que tu estás falando. Para mim tudo isso é grego.
- Naum flei q c tava irtdo. Flei q c eh irado.
- Chega dessa conversa fiada.
- Kd teu humor?
- Não tenho.
- Qro c aki cmg.
- Isso não é chinês. É grego. Ou bula de penicilina. Acho que te falta superego ou uma terapia ocupacional.
- Naum saquei. Axo c tb enrldo.
- Qual é a profissão do teu pai?
- Advgdo.
- :-)
- C vai rapdo, kra!!! Irado!!!!!!
- Teu pai não te corrige quando tu usas esse internetês?
- Naum tem como. Ele usa data vênia em @.
- Ah.
- Ele eh mto 100 noção. Axo esse trampo do vlho doidao.
- O velho é doidão?
- O trampo dele.
- Hummm...
- Adoro qd tu eh clro assim.
- Vai procurar a tua turma, fedelha.
- Pior eh o meu avô.
- Ah, bom! O que ele faz?
- Eh desembargador. Que trampo irado! Muito irado!!!!!!
- Tu és filha de advogado, neta de desembargador e pede trampo pra mim. Por que não trampa no Judiciário?
- Kra, agora naum dá +. Depois da súmula vinculante 13, o bixo pgou. Naum tem + mole.
Qro um trampo no CP, Ju.

GERAÇÃO INTERNET


GERAÇÃO INTERNET


- Taís Luso de Carvalho

Fico a olhar a geração dos meus filhos, dou uma espiada na geração dos meus pais, mas fico na minha. Embora em esferas diferentes, os traumas, medos e incertezas continuam. De tudo um pouco: algumas coisas mudaram pra melhor e outras pra pior.

As pessoas não mudaram: a quantidade das atrocidades, sim.
Fui uma criança que pude brincar na rua, subir em árvores, brincar com bonecas, brincar de armazém... Brincar. Fui criança. E que bom que tive infância.

Hoje, já adulta, vejo que as coisas continuam as mesmas: crimes? A diferença é que hoje somos ‘bem informados’: sabemos quem são, onde estão, o que roubam e pra onde levam; ninguém engana mais ninguém. É uma nova etapa: tudo está na Internet, esmiuçado, repetido milhões de vezes e com muitos internautas interagindo. Em minutos sabemos de tudo.

Guerras? O mundo está globalizado e sabemos a hora do primeiro míssil disparado. E ainda podemos ver a destruição que causou. Parece mentira, mas eu nunca imaginei que, sentada num sofá e tomando um cafezinho, assistiria pela televisão a morte de milhares de pessoas, cidades destruídas, ditador sendo enforcado, e seu último suspiro filmado. E tudo rodado um milhão de vezes na Internet.

Quando iríamos ver a hora ‘agá’ do terror nas ‘torres gêmeas’ e receber o passo a passo de tal tragédia?

Nunca imaginei que veria crianças de 12 anos assaltando, ‘ficando’ e se drogando. Nunca imaginei que veria tanta coisa! Acho que ainda não me acostumei a viver por aqui...

Da mesma forma não me acostumo a ver velhinhos doentes apanhando de adultos que são pagos para cuidá-los; não me acostumo a ver gente sendo torturada; não me acostumo a ver crianças ou fetos jogados em latas de lixo; não me acostumo a ver animais sendo maltratados; não me acostumo à maldade humana. E também fiz força para entender, mas não consigo me acostumar com as crianças dessa geração. Elas brincam? Ahãaa! E como.

Um baita computador, com mil jogos atiçando mais violência ou sexo explícito pra ficarem olhando e aprendendo, rapidinho, que sexo é uma coisa e que amor não conta muito. A bagunça é grande. Está todo mundo com muita pressa: pressa em fazer e desfazer. Sei lá...

O fotolog e orkut vieram para facilitar a exposição na tal ‘comunidade’, onde todos ficam sabendo da vida de todos. É interatividade demais.

Lembro da máquina mecânica; depois ficamos todos deslumbrados quando chegou a máquina elétrica; e por fim, caímos de costas com a chegada da máquina eletrônica, o maior barato! Nem imaginávamos que teríamos um figurão desses - computador -, onde baixamos programas que fazem tudo, falamos com pessoas do outro lado do mundo, on-line, e ficamos com a certeza de que nada mais é impossível para o homem.
Talvez arrumar o que está desordenado: sentimentos.

A gente só vai ter de se acostumar com uma linguagem que anda pela Internet quase indecifrável e horrorosa, com muitas abreviações estranhas. Mas pior do que isso foi um concurso literário de contos na categoria ‘linguagem da Internet’.

E ainda estão pensando em fazer uma reforma na nossa língua... Não precisa, a reforma tá indo de vento em popa!

Perguntas & Respostas
Linguagem de internet e celular


Reuters
Um estudo realizado no ano passado por um professor universitário na Austrália revelou que os jovens, se têm facilidade para escrever mensagens de maneira abreviada, podem não ter tanta habilidade assim para lê-las. Quase metade dos 55 estudantes envolvidos demorou duas vezes mais para ler do que para escrever mensagens do tipo “Vc q tc?”. Por que então a linguagem simplificada virou praxe entre quem usa a internet e costuma mandar mensagens de texto pelo telefone celular? A professora Maria Teresa de Assunção Freitas, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sugere algumas possibilidades. Ela é autora do livro Leitura e Escrita de Adolescentes na Internet e na Escola.
1. Por que as pessoas abreviam a linguagem na web?
2. Onde e por quem essa linguagem abreviada é mais usada?
3. Por que essa linguagem tem mais adeptos entre os adolescentes?
4. Isso já acontecia antes em outros meios?
5. A escrita abreviada e simplificada prejudica a compreensão?
6. Há padrões de escrita para internet e celular?
7. Essa escrita vicia? 
8. Essa linguagem pode modificar a língua que falamos?
9. A internet faz o adolescente ler menos?
10. Exemplos da linguagem da internet
1. Por que as pessoas abreviam a linguagem na web?
Para a professora Maria Teresa de Assunção Freitas, são dois os principais motivos da abreviação de palavras: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a economia (mandar uma mensagem maior pelo celular pode custar mais) e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral. “É para acelerar o bate-papo, que na internet, em chats e programas de mensagem instantânea, acontece em tempo real”, explica a especialista. “No celular, há o agravante do teclado, que é menor, e do preço, que é maior.” Uma terceira causa seria o desejo do adolescente de pertencer a um grupo: ele pode adaptar a sua escrita à linguagem da comunidade de que quer fazer parte - com o uso dos termos adaptados, ele adere aos códigos do grupo.

2. Onde e por quem essa linguagem abreviada é mais usada?
Os principais autores da escrita simplificada são os jovens e, entre eles, os adolescentes. Eles fazem uso desse tipo de linguagem no celular e na internet, especialmente em canais de relacionamento, como o Orkut e o MSN. “Mas essa linguagem teve início nos chats”, afirma a professora Maria Teresa, que já realizou uma pesquisa na área, também começando pelas salas de bate-papo virtuais. Nos e-mails, segundo ela, a escrita abreviada tem menos lugar porque se trata de um meio de comunicação assíncrono, ou seja, a informação é enviada em intervalos irregulares: uma pessoa envia uma mensagem para outra, mas não sabe quanto terá uma resposta. É um ritmo parecido com o da tradicional troca de cartas. No celular, a linguagem abreviada fica restrita aos torpedos, que são escritos.

3. Por que essa linguagem tem mais adeptos entre os adolescentes?
Os adolescentes têm grande facilidade de se adaptar aos símbolos de um novo código, pelas características da própria idade. Não é de hoje que colegas de escola trocam bilhetinhos durante a aula. Longe das vistas do professor, trocam papéis amassados ou dobrados - se é que hoje não o fazem por celular ou mesmo pela internet, nos colégios onde o computador é instrumento de ensino. É próprio do adolescente criar código. No celular, porém, a adesão à linguagem simplificada é maior, devido à dificuldade de digitar no pequeno teclado do aparelho telefônico. Jovens adultos e adultos também vêm passando a utilizá-la.
4. Isso já acontecia antes em outros meios?
Sim, mas de modo diferente. O telegrama é um meio de comunicação que faz uso da linguagem abreviada, mas segue um código mais formal, mais atento às regras ortográficas cultas. Não é usual, por exemplo, trocar “assim” por “axim” ou “endosso” por “endoço”. O telégrafo, aliás, chegou a fazer uso do Código Morse, que, com pontos e traços, facilitava a transmissão da mensagem. O texto era transmitido de forma codificada pelo telegrafista, que se colocava como intermediário entre emissor e receptor. Depois, a mensagem era transportada por navio, trem ou avião (mais tarde). Nas conversas pela internet ou pelo celular, essa figura não está presente, o que permite uma maior intimidade entre as partes envolvidas no diálogo. Além disso, a escrita da internet está contaminada pelos ares de sua época: ela é uma forma própria ao suporte em que se deita. “O contexto gera formas novas de utilizar a linguagem”, afirma a professora Maria Teresa.

5. A escrita abreviada e simplificada prejudica a compreensão?
Quando duas pessoas dominam o mesmo código, não costuma haver dificuldade na troca de mensagens. Mas uma pessoa que nunca empregou uma linguagem como a que os adolescentes usam na internet pode achá-la uma loucura à primeira leitura. “Pais e mães podem pensar que é uma escrita errada, quando não é: é uma escrita feita para um suporte próprio, adaptada para uma determinada situação. Não há erro de ortografia, embora essa linguagem desobedeça à regra culta”, defende Maria Teresa. Dentro daquele sistema, explica a professora, a substituição de “ss” por “ç” faz sentido e não representa um erro. É claro também que, como demonstrou a experiência realizada na Austrália, pode haver maior dificuldade em ler a mensagem em voz alta do que escrever de maneira reduzida - especialmente se quem lê em voz alta não domina bem o código que está lendo.

6. Há padrões de escrita para internet e celular?
A linguagem abreviada, especialmente a da web, segue os padrões da oralidade. Ela substitui uma conversa ou um bate-papo. “O interlocutor está presente e em tempo real, apesar da distância”, diz Maria Teresa. “Para andar mais rápido, se escrevem oxítonas com acento agudo sem acento e com ‘h’ no final, como ‘cafeh’, e se firmam acordos tácitos para uso de determinadas palavras, como ‘vc’ em vez de ‘você’ ou ‘tc’ em vez de ‘teclar’.” Outros elementos que fazem parte desse sistema são as representações de emoção, geradas para compensar a ausência física do interlocutor: "risos", "rs", "eheh", ":)", ":(", "[]", etc. Há diversas fontes na internet, como sites específicos e, o próprio MSN, onde usuários dessa linguagem podem copiar símbolos ou emoticons para depois usá-los em suas mensagens.

7. Essa escrita vicia?
Muitos adolescentes ouvidos por Maria Teresa, em sua pesquisa, demonstraram saber separar as coisas. “Eles sabem que na escola não podem escrever da mesma forma que na internet”, diz ela. “Essa linguagem é um gênero novo de discurso, e os usuários sabem disso, sabem que é algo diferente do que está no livro ou em outro lugar.” Para a professora, uma prova de que os adolescentes sabem separar as coisas é que, quando o canal de filmes pago Telecine criou a sessão Cyber Vídeo, com legendas que se apropriavam do internetês, houve uma forte reação dos próprios adolescentes contra o método. “Eles diziam que não era linguagem própria para o cinema, que era linguagem de internet.” Dirigida ao público teen, a experiência do Telecine não foi mesmo para frente: estreou em 2005 e já no ano seguinte saiu do ar.

8. Essa linguagem pode modificar a língua que falamos?
É possível que essa linguagem venha, no futuro, a modificar a língua que falamos. Já começamos a incorporar, no português do Brasil, os termos da informática e da internet, como "deletar", "caps lock", "control+c", "control+v", "control+z". Há muita gente rindo em voz alta como na web: “eheheh”. “A língua é uma coisa viva, porque falada. Só a língua morta, como é o caso do latim, permanece estática. Há palavras do português que sumiram, enquanto outras foram incorporadas. A língua é dinâmica, se transforma sempre”, diz Maria Teresa.

9. A internet faz o adolescente ler menos?
Pelo contrário. A pesquisa da professora da UFJF mostra que a internet está levando o adolescente a ler e a escrever mais. O texto escrito foi redescoberto como forma de comunicação, e a leitura ganhou novos formatos. Há uma espécie de letramento digital. “A leitura é hipertextual: baseada no hipertexto, na utilização de links. Cada um faz a sua leitura, não precisa ser linear, enquanto o livro é geralmente linear”, pondera ela. Em resumo, no meio digital o leitor tem mais autoria na leitura - ele faz o seu próprio percurso, a sua seleção. E lê de maneira prazerosa, lúdica. “Isso é capaz de aproximar o adolescente da literatura. Há sites em que eles escrevem poesia, até de modo coletivo, e outros onde podem baixar e-books.”
10. Exemplos da linguagem da internet
A "linguagem" da internet também fornece informações sobre o estado de espírito de quem escreve. Confira algumas amostras.

EMOTICONS
Sorriso:-) (-: :) =) :o)
Muito feliz (ou sorrindo muito):-D
Triste ou indiferente:-( (:-( :-c :-< :-(((( :-t :-/
Sem expressão ou entediado:-| :-I
Surpreso ou de boca fechada:-X
Boca fechada (sem dizer uma palavra):-v
Pensando ou assimilando:-I
Gritando:-O :-@
Chorando:,-( :'-(
Diabólico ou travesso]:-)> ):-)
Piscando o olho;-> ;-) ;) '-)
Beijo:-x :-*
De óculos8-] 8-) B-)
Mostrando a língua:-J :-p
Bobo:-B
Bocejando|-O
Assoviando:-"
Abraço((( ))) []'s
Rosa@->-


ACRÔNIMOS
Risors (abreviação de 'risos') ou kkkkkk
Gargalhadalol (iniciais de "laughing out loud", ou "rindo muito", em português)
Pensando ou assimilandohmmm ou huuum
Logo que derasap (inciais de "as soon as possible", ou "assim que possível", em português)
Já voltobbs (inciais de "be back soon", ou "volto logo", em português)


ABREVIAÇÕES
belezablz
sec
queq
quandoqd ou qdo
tambémtb, tbm ou tbém
tudotd
vocêvc



EXEMPLOS DE UMA ORTOGRAFIA PARTICULAR
acharaxar
assimaxim
éeh
entãoentaum
coloqueikoloqei
comokomo
amigomiguxo
nãonaum
nuncanunk
chegarxegar
qualQl
quisQz
vocêvoxê ou vc
vocêsv'6s ou vcs
soh

Fonte: Microsoft (fabricante do MSN Messenger) e Maria Teresa de Assunção Freitas, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e autora do livro Leitura e Escrita de Adolescentes na Internet e na Escola



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